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SEGUNDA ETAPA DA CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA A FEBRE AFTOSA INICIA NO ESTADO

Os pecuaristas da região de Alegrete devem imunizar, até o final deste mês, bovinos e bubalinos de 0 a 24 meses durante a segunda etapa da campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa. A campanha, considerada uma das maiores importantes do calendário sanitário animal do Estado, começou na última quarta-feira, dia 1º de novembro. (02.11.2017)

A imunização se estenderá até 30 de novembro, de acordo com o calendário nacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de vacinação de bovinos e bubalinos.

Segundo o médico veterinário, Joal Barrientos Pontes, diretor do Sindicato Rural de Alegrete e supervisor regional da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado, a dose da vacina é de 5 ml e a temperatura de conservação do produto pode variar entre 2°C a 8°C. A dose é aplicada na tábua do pescoço dos bovinos e bubalinos e a Declaração de Vacinação deve ser formalizada no serviço veterinário.


TRANSPORTE DEVE RESPEITAR PRAZO
Mês de campanha contra a febre aftosa exige atenção redobrada de criadores de bovinos e bubalinos. Além de ter cuidado para não perder o prazo de vacinar, os produtores devem observar regras para a movimentação dos animais.


A vacina pode ser aplicada durante todo o mês, mas apenas os animais que já receberam a dose podem transitar ou serem comercializados.  Segundo Pontes, o produtor rural que desejar transportar seus animais bovinos e bubalinos, a partir desta quarta-feira, dia 1º, deverá ficar atento. Além da GTA – Guia de Trânsito Animal só será emitida para o transporte intra e interestadual, mediante a comprovação da vacinação do gado nesta segunda etapa da campanha. Ele ressalta que os pecuaristas que desejarem movimentar o seu rebanho, devem estar atentos quanto aos prazos mínimos para o transporte dos animais após a vacinação. “Para os primovacinados, ou seja, animais que foram vacinados pela primeira vez, há um período de carência de 15 dias. Para os demais, o prazo é de sete dias”, explica.  Ele explica que para movimentar os animais os criadores também têm que vacinar todo o rebanho. “Não pode haver declaração parcial. Se um animal não estiver vacinado, todos os outros ficam proibidos de transitar”, alerta.


Os produtores deverão adquirir as doses necessárias para a vacinação do rebanho em casas agropecuárias credenciadas pela SEAPI/RS para a comercialização da vacina contra a Febre Aftosa. Após a aplicação da vacina, todos os produtores deverão comprovar a vacinação através da apresentação da Nota Fiscal de compra e declaração da quantidade de animais vacinados, por categoria, nas Inspetorias de Defesa Agropecuária da SEAPI/RS. O prazo máximo para a comprovação da vacinação é de 05 dias úteis, após o término da etapa, que encerra em 30 de novembro.

Cuidados

O criador deve estar atento aos aspectos práticos da imunização. O pecuarista precisa, por exemplo, pegar a nota fiscal da vacina com o fornecedor do produto e apresentá-la ao serviço veterinário oficial, junto à relação dos animais imunizados, para declarar a vacinação. Além disso, ele deve ter cuidado com o transporte e armazenamento da vacina, procurando mantê-la sempre na temperatura de 3º a 8ºC para não perder a eficácia.

Outros cuidados são com a aplicação da dose correta do produto (5 ml) na lateral do pescoço do animal, usando seringas e agulhas limpas e não danificadas ou tortas. O produtor deve ficar atento aos prazos da vacinação e sua declaração no serviço veterinário oficial, porque o descumprimento impedirá a emissão de Guia de Trânsito Animal e pode gerar multas.

DICAS

Joal Pontes dá dicas de como preparar a casa para fazer as aplicações. Confira o passo a passo:

1. Refrigeração. Quando for comprar a vacina, verifique se ela está sendo mantida a temperaturas entre 3°C e 8°C e conserve o material refrigerado também no dia da aplicação. Nesse momento, o transporte deve ser feito, preferencialmente, em duas caixas de isopor. Em uma delas, coloque as vacinas que estão em uso e, na outra, monte um estoque. Não tem problema o gelo virar água, desde que a temperatura não passe dos 8°C.

2. Manejo seguro. O segundo passo é garantir que a vacina não seja desperdiçada e que a aplicação aconteça de forma segura. Por isso, é importante ter instalações adequadas ao manejo do gado, evitando a vacinação com o boi solto no brete. Segundo ele, a regra é fechar a porteira dianteira do tronco de contenção, segurar o animal com a pescoceira e, só então, aplicar a vacina. Em casos extremos, pode ser feita ainda a contenção traseira do animal. Antes de iniciar o procedimento, cheque também se no curral não há pregos, buracos ou imperfeições na madeira que representem algum risco para o rebanho.

3. O jeito certo de fazer a picada. Com a casa em ordem, o responsável pode optar pela aplicação subcutânea ou intramuscular da vacina contra a aftosa. Quem escolhe a subcutânea, deve puxar a pele do animal até fazer uma prega na região da tábua do pescoço, buscando introduzir a agulha nessa área – com a pistola 45° em relação ao corpo do animal, quase que paralela. Depois da aplicação, a dica é respirar e contar até dois antes de retirar a agulha para impedir que o material oleoso siga o caminho de volta pelo orifício.

No caso das injeções intramusculares, a seringa deve estar em posição perpendicular ao corpo do animal. Após a aplicação correta, vale massagear a área para evitar refluxo e também a formação de edemas. Lembre-se: vacinação só na tábua do pescoço.

4. Vida útil dos instrumentos de vacinação. Sobre a vida útil das agulhas (20x18 e 20x20), o diretor Pontes  afirma que duram, em média, 50 aplicações. Segundo ele, a cada dez animais ou quando é vacinado um boi ou búfalo enlameado, elas devem ser desinfetadas. O mesmo cuidado é indicado para as pistolas, que podem ter vida longa se higienizadas corretamente. Nas palavras do técnico, a agulha é barata demais para causar prejuízos para a atividade pecuária. Agulhas cegas ou que caem de ponta no chão devem sempre ser descartadas.

Com o passo a passo do procedimento na ponta da língua, vale conferir outras instruções  que ensinam a higienizar agulhas e pistolas de uma forma simples e eficiente:

- Preparo das agulhas novas. Compre uma quantidade de até 50 agulhas de metal, para uso subcutâneo (entre o couro e a carne), conforme o tamanho do seu rebanho. Mantenha as agulhas guardadas numa marmita de alumínio comum, enrolada numa toalha de rosto e guardada em local limpo. Em propriedades grandes de corte, faça isso em cada retiro.

- Higienização das agulhas em uso. Lave com água e sabão e enxágue bem as agulhas de metal, junto com a marmita de alumínio. Encha o recipiente com água limpa, coloque a tampa por cima sem vedar e deixe ferver por três minutos. Em seguida, abra a torneira da pia e deixe a tampa da marmita só um pouco aberta. Despeje ali a água fervente com ajuda da toalha de rosto. Feche a marmita, enrole de novo na toalha e leve-a para o curral. Quando acabarem as agulhas fervidas, pare o serviço, lave e enxague bem todas elas, ferva tudo de novo e reinicie o seu trabalho.

- Higienização das pistolas. Desmonte e lave bem as pistolas antes das vacinações, só com água e sabão. Produtos químicos como detergentes, cloro ou iodo podem prejudicar a qualidade das vacinas. Enxágue o vidro em água fervente antes de montar a pistola. Gradue a dose da pistola e retire o resto de água que ainda houver. Encha a seringa com a vacina usando uma agulha fervida que você vai deixar espetada no frasco. Coloque outra agulha fervida na pistola e vacine cada rês com agulha limpa. Ponha a agulha suja numa cumbuca com água e sabão. Conforme o tamanho da propriedade, talvez seja preciso alguém só para preparar as pistolas e entregá-las aos vacinadores.

Por último, o pecuarista não deve ter pressa.

A vacinação contra a aftosa dura todo o mês de novembro, então, não é preciso pressa para imunizar o rebanho. “Passe o gado no tronco em lotes adequados, que é garantia de serviço bem feito”, afirma Pontes. Para ele, vacinar o animal é só uma parte da tarefa do criador, que também deve garantir condições básicas de higiene e segurança para o rebanho responder bem à vacina.