INDÚSTRIA FRIGORÍFICA
O presidente Piffero participou, no dia 26 do corrente, de importante reunião na sede da entidade sobre a possibilidade de fechamento da planta frigorífica do Frigorífico Marfrig em Alegrete. Participaram do encontro o prefeito Erasmo Guterres Silva, o vice-prefeito eleito Márcio Amaral, Deonir Martini presidente do Centro Empresarial e Marcos Rosse, presidente do Sindicato Trabalhadores da Indústria Alimentação de Alegrete. Após amplos debates foi acordado o envio de correspondência ao Governo do Estado pedindo o auxílio para reverter a posição do Marfrig e destacando a situação que a região enfrentaria se, de fato, o fechamento ocorresse, conforme trecho da carta transcrita abaixo, que foi entregue em mãos ao Vice-Governador Cairoli e protocolada para o Secretário Estadual da Agricultura:

“INDÚSTRIA FRIGORÍFICA – a situação de incerteza quanto a continuidade de atividades de unidade frigorífica em Alegrete, atualmente arrendada ao Marfrig Group, na esfera social, repercutirá na perda de 680 empregos diretos(maior empregador privado de Alegrete) e mais de 3 mil indiretos. Já na questão econômico-financeira, além da instabilidade do mercado da carne, somente nosso município deixará de arrecadar em torno de três milhões de reais.
 
A pecuária de corte no Rio Grande do Sul é veículo motor pela sua tradição e qualidade de carne. E, quando se cogita o fechamento de uma planta exportadora e, obviamente, com Sistema de Inspeção Federal – SIF, a qual abastece o mercado interno e externo de nosso país, representa, sem dúvida alguma, um prejuízo irreparável para um município, uma região, um estado e um país! Não poderíamos deixar de salientar que esta planta frigorífica é uma das poucas aptas para exportar carne para o disputado mercado chinês. Precisamos que grandes empresas se estabeleçam em regiões de pouca ou nenhuma tradição industrial. Temos esta indústria frigorífica instalada, possuímos a matéria prima para seu funcionamento, já que a região detém a maior parte do rebanho do estado do RS e somente neste ano de 2016, os 11 municípios que compõem o entorno de 150 km de Alegrete comercializaram 370 mil animais para o abate e estamos perdendo a beneficiadora do nosso produto. “

Já no dia 27, terça-feira  a  Doutora Fabiana Gallon, Juíza do Trabalho, deferiu a tutela de urgência e determinou que o frigorífico Marfrig de imediato se abstenha de denunciar os contratos de emprego de quaisquer de seus empregados vinculados à planta do Alegrete, exceto por justa causa, na forma da lei, até que se estabeleça negociação coletiva com o sindicato da categoria profissional, devendo, para tanto, mantê-los em licença remunerada, caso opte por não continuar as atividades no frigorífico local, sob pena de multa que desde já foi atribuída em 100 milhões. Esta ação  foi ingressada pelo Sindicato de Alimentação de Alegrete , o que resultou nessa liminar concedida, a qual também solicita que a reclamada, ou seja, o Frigorífico apresente até o dia 23 de janeiro documentos e dados jurídicos, informando valores, credores e formas de pagamento, sob pena de multa e de outras medidas coercitivas.

Em reunião realizada nesta quarta-feira (28), no Palácio Piratini, em Porto Alegre, o vice-presidente Global do Grupo Marfrig, Heraldo Geres, e o Diretor do Marfrig no Rio Grande do Sul, Luís Firmino anunciaram oficialmente ao vice-governador José Paulo Cairolli, ao secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, ao deputado estadual Frederico Antunes, ao secretário substituto da Fazenda, Luís Antônio Bins, e ao presidente do Sindicato Rural do Alegrete, Pedro Piffero, que devido a dificuldades de gestão, o Grupo Marfrig decidiu encerrar, a partir do mês de janeiro, as atividades da planta do Frigorífico Marfrig, em Alegrete.

De acordo com Heraldo Geres, a decisão pré-anunciada no início deste mês p}ode ser alterada e o fechamento da planta ocorrerá ao longo de janeiro de 2017. No entanto, o vice-presidente global do Grupo Marfrig, anunciou a manutenção do funcionamento de outras duas plantas do frigorífico localizadas, em São Gabriel e Bagé, que inclusive estão habilitadas para exportação de carne ao exterior. Geres anunciou também, que o Marfrig está aberto a negociações com outros frigoríficos que estejam interessados em assumir a planta do grupo, em Alegrete, que está arrendada do Frigorífico do Mercosul até 2031.

Para Frederico Antunes, o comunicado do Grupo Marfrig não era o esperado. "O que gostaríamos de ouvir hoje, era que a planta de Alegrete continuasse em operação. Infelizmente isso não ocorreu. Pelo menos, ficou aberta a possibilidade da transferência das atividades para outro frigorífico interessado. Temos que buscar uma alternativa para que frigorífico não seja fechado e que mais de 600 empregos sejam mantidos. Esse é nosso objetivo a partir de agora ao lado do Governo do Estado, prefeitura do Alegrete, Sindicato Rural e lideranças da região", finalizou Frederico.

Já Ernani Polo destacou que a Secretaria da Agricultura e o Governo do Estado irão verificar a disponibilidade de que outro grupo frigorífico assuma a planta o quanto antes. "Nossa ideia é ajudar nesse sentido e buscarmos algum frigorífico interessado em assumir essa planta do Marfrig, ainda neste início de 2017. O secretário chama a atenção para a relevância da planta a ser fechada que esta habilitada para vender aos principais mercados importadores de carne.", afirmou Polo.

O presidente do Sindicato Rural do Alegrete lamentou o anúncio justamente num período de incremento do abate na região da Fronteira. "Estamos prevendo incremento de 2% nos abates de bovinos neste ano, especialmente nos frigoríficos de inspeção federal, que é o caso do Marfrig. Oferta de gado existe na região.", garantiu Pedro Píffero.
Polo, Frederico e Piffero pretendem se reunir nos próximos dias com representantes de frigoríficos interessados em assumir a planta do frigorífico do Marfrig, no Alegrete.